Não sabia bem quão difícil seria manter um blog (e só lá vão uns quantos posts). Por vezes demasiadas tarefas acabam por roubar tempo umas às outras. O “roof” por cá tem andado a desfrutar do seu espaço silencioso no mundo da informação virtual que ganha cada vez mais adeptos desta temática que me é tão profundamente querida - a "terra".
É um pensamento que hoje me prende os dedos ao teclado: o crescimento desmesurado da população mundial.
Quantas vezes não nos chegou já ao conhecimento que a população mundial aumenta todos os anos de forma quase absurda?
Os números são da Organização das Nações Unidas e dizem-nos que em 2050 vamos ser cerca de 9 mil milhões, ou como se diz por aqui pelo Norte da Europa, 9 biliões…
Meus caros, para surpresa de muitos, é aos países em desenvolvimento que cabe a maior fatia deste “bolo populacional”. Se agora lhes pertence cerca de 81%, as previsões indicam que os números não se vão ficar por aqui e, enquanto nos países desenvolvidos se espera a estagnação ou mesmo diminuição da sua população, os países em desenvolvimento continuam a subir no gráfico da população mundial à medida que os anos passam.
A razão pela qual trago este assunto às páginas do “roof” prende-se com as zonas do mundo de tradição vernácula ligada à arquitectura de terra.
Ora, segundo o Atlas da Arquitectura Vernácula do Mundo, algumas zonas de África, O Médio-Oriente, a Ásia e a América do Sul têm como elemento comum o facto de há muito conhecerem a realidade dos benefícios da terra enquanto material de construção. São inúmeros os casos conhecidos e amplamente usados como exemplos sempre que se aborda o assunto em qualquer livro, revista ou conferência.
Ora, a minha questão é a seguinte: quais serão as consequências não só do crescimento populacional exponencial mas também das rotas migratórias das zonas rurais para as urbanas nestas zonas do globo?
Não querendo generalizar esta situação a todo o mundo em desenvolvimento, difícil é não reflectir também sobre a qualidade de vida desta recente “espécie urbana” que, alterando as suas prioridades, prefere encontrar um emprego na “grande cidade”, mesmo que isso implique viver em condições quase sub-humanas, a ter um abrigo condigno para habitar.
Teremos nós, os profissionais da construção, alguma oportunidade de intervir nesta situação capaz de originar problemas graves a vários níveis?
Fica o mote para futuras reflexões.
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