02/01/2010

HOME







Imagens retiradas do filme HOME

Por vezes perguntam-me porque decidi escolher o caminho da investigação e qual a razão de desejar ficar ligada aos materiais e tecnologias de construção "alternativas". À medida que o tempo passa e conheço mais do mundo que me rodeia a resposta a estas e outras questões semelhantes tornam-se progressivamente mais claras.
Antes de mais, sem querer romantizar excessivamente o texto, parece-me apropriado iniciar o ano lembrando que os nossos actos têm inevitavelmente consequências. Dado o contexto que deu origem a este espaço de partilha, ou blogue, refiro-me obviamente ao impacto do sector da construção nas nossas vidas e em tudo o que nos rodeia. Desta forma, recordo que é imperativo repensarmos a nossa posição neste debate que tem crescido e tomado dimensões consideráveis, sobretudo devido à discussão relativa ao papel da mão humana nas alterações climáticas e exaustão dos recursos não renováveis do nosso planrta.
O tempo em que ditávamos o erguer de uma parede sem sequer considerar o que isso implicaria em termos de impacto social, económico ou ambiental encontra-se já distante. Se é verdade que a criação do espaço arquitectónico só faz sentido porque o Ser Humano existe para o habitar, a mesma verdade aplica-se quando referimos que o espaço arquitectónico só existe graças à existência do seu contexto, isto é, do espaço que o rodeia, e que a relação entre os dois deverá ser o mais harmoniosa e saudável possível, caso contrário a inserção do elemento Homem perde o propósito.
Quero com isto afirmar que todos estes elementos estão relacionados e que, fazendo parte de um ecossistema global, é fundamental que tenhamos consciência da importância dos nossos actos quando idealizamos e concebemos espaço. De que forma o espaço vai melhorar a vida dos seus ocupantes? Já considerando uma escala diferente, de que forma influenciará também a população local? Que benefícios trará para a área envolvente? Qual o impacto real deste edifício (energia incorporada dos materiais utilizados, período de vida do edifício, reciclabilidade dos seus componentes, etc.)? Estas e tantas outras questões fazem já parte do quotidiano de muitos profissionais que procuram fazer da arquitectura uma prática responsável e sustentável.

Quando me perguntam então o porquê da escolha deste caminho, respondo simplesmente que não me sentiria preenchida a seguir qualquer outro. A paixão pela arquitectura conduziu-me até meio do caminho, mas a vontade de perceber os seus mecanismos e qual o seu papel na Terra, com tudo o que isso implica, acabou por fazer o resto.
Já perto do final do post gostaria de recomendar a visualização de um filme que aborda de uma forma excepcional o impacto do Homem na Terra – HOME.
Concluo com a citação que ainda hoje inspira o meu trabalho.

“It is necessary to study building as a kind of doing called Architecture. Not merely is Architecture made at the drafting board, but Architecture in all of its aspects is to be studied as environment, as the nature of materials to be used, as the forms and proportions of Nature itself in all her forms – sequences and consequences. Nature is the great teacher – man can only receive and respond to her teaching.”

Frank Lloyd Wright (1954) The Natural House. USA: Horizon Press Inc.


BOM ANO 2010!

No comments: