Hoje assisti a algumas das apresentações dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos para a disciplina de POE, integrada no MSc Sustainable Building: Performance and Design (antes chamado Energy Efficient and Sustainable Building). Tendo também feito este MSc no ano passado, passei inevitavelmente um semestre a aprender e a colocar em prática os conceitos ligados ao Post Occupancy Evaluation, ou como é mais habitualmente designado, POE.
Esta é uma disciplina cuja importância tem crescido de dia para dia no contexto do Reino Unido, assim como noutros países como a Austrália e os EUA. Entende-se o porquê deste facto, já que um estudo de POE fornece um verdadeiro retrato de um dado edifício e seu comportamento a nível energético, ambiental e mesmo no que aos padrões de ocupação diz respeito.
Lembro-me que no ano passado eu e o meu grupo de trabalho desenvolvemos um destes estudos para um edifício em Bristol, uma espécie de lar de idosos com dezenas de apartamentos individuais. A recolha de dados foi bastante minuciosa e envolveu não só as contas de electricidade e gás, mas também o registo da temperatura, humidade relativa, níveis de luz natural, níveis de som, etc., durante um determinado período de tempo. Desta forma foi possível construir uma ideia do desempenho geral do edifício.
Como parte da secção de Energia foi, a título de exemplo, efectuado um registo meticuloso de todos os equipamentos eléctricos e iluminação (quantidade e tipo de lâmpadas), sua potência e frequência de utilização. O objectivo foi definir o total de energia (neste caso electricidade) consumida no edifício e decompor este valor pelos vários sectores. Esta é uma boa forma de detectar consumo excessivo de energia devido a, por exemplo, uso inadequado de equipamento, o que pode como consequência conduzir a possíveis reduções de consumo energético.
A adicionar ao acima mencionado, foi também efectuado um estudo exaustivo sobre todos os factores de carácter ambiental, que incluíram aspectos como a distância a paragens de autocarro, existência ou não de local para guardar bicicletas, estratégias de desenho passivo no edifício, materiais de construção e muitos mais.
Como elemento final deste processo foi feito um estudo sobre a ocupação do edifício. Este geralmente envolve entrevistas com algumas perguntas abertas, mas sobretudo com perguntas fechadas relacionadas com o conforto térmico e hábitos quotidianos como por exemplo quantas vezes por dia o aquecimento é ligado, ou mesmo até com que frequência se abrem as janelas.
Ao fim de meses e meses de recolha de dados e análise de desenhos técnicos, a quantidade de informação que se obtém é verdadeiramente impressionante. Foi através da interligação da mesma que aferimos com rigor que energia estava a ser consumida, a que se devia esse consumo, as emissões de CO2 do edifício e qual a contribuição dos ocupantes para estes resultados. O remate óbvio para todo este processo foi o desenvolvimento de estratégias e recomendações, desenvolvidas exclusivamente para o edifício em questão, no que diz respeito à redução de consumo de energia e emissões de CO2.
Enfim, este é um processo de facto bastante moroso mas bastante gratificante, sobretudo para os ocupantes dos edifícios que geralmente acabam por conseguir poupar energia e, como consequência, umas quantas libras por ano (sim, porque geralmente as reduções de emissões de CO2 não são ainda a prioridade, mas sim as reduções de custos…).
Só para finalizar este longo post, gostaria de enfatizar que este processo está a ser largamente implementado no Reino Unido, de tal forma que aos poucos se vai criando uma base de dados com os resultados finais de cada edifício, onde é possível comparar o desempenho dos mesmos.
Que eu saiba, ainda não existe nenhum POE feito a um edifício de terra. No entanto, seria interessante levar a cabo este estudo para edifícios de terra contemporâneos, isto para que se pudesse comparar o seu desempenho com os restantes.
Fica a sugestão…
Esta é uma disciplina cuja importância tem crescido de dia para dia no contexto do Reino Unido, assim como noutros países como a Austrália e os EUA. Entende-se o porquê deste facto, já que um estudo de POE fornece um verdadeiro retrato de um dado edifício e seu comportamento a nível energético, ambiental e mesmo no que aos padrões de ocupação diz respeito.
Lembro-me que no ano passado eu e o meu grupo de trabalho desenvolvemos um destes estudos para um edifício em Bristol, uma espécie de lar de idosos com dezenas de apartamentos individuais. A recolha de dados foi bastante minuciosa e envolveu não só as contas de electricidade e gás, mas também o registo da temperatura, humidade relativa, níveis de luz natural, níveis de som, etc., durante um determinado período de tempo. Desta forma foi possível construir uma ideia do desempenho geral do edifício.
Como parte da secção de Energia foi, a título de exemplo, efectuado um registo meticuloso de todos os equipamentos eléctricos e iluminação (quantidade e tipo de lâmpadas), sua potência e frequência de utilização. O objectivo foi definir o total de energia (neste caso electricidade) consumida no edifício e decompor este valor pelos vários sectores. Esta é uma boa forma de detectar consumo excessivo de energia devido a, por exemplo, uso inadequado de equipamento, o que pode como consequência conduzir a possíveis reduções de consumo energético.
A adicionar ao acima mencionado, foi também efectuado um estudo exaustivo sobre todos os factores de carácter ambiental, que incluíram aspectos como a distância a paragens de autocarro, existência ou não de local para guardar bicicletas, estratégias de desenho passivo no edifício, materiais de construção e muitos mais.
Como elemento final deste processo foi feito um estudo sobre a ocupação do edifício. Este geralmente envolve entrevistas com algumas perguntas abertas, mas sobretudo com perguntas fechadas relacionadas com o conforto térmico e hábitos quotidianos como por exemplo quantas vezes por dia o aquecimento é ligado, ou mesmo até com que frequência se abrem as janelas.
Ao fim de meses e meses de recolha de dados e análise de desenhos técnicos, a quantidade de informação que se obtém é verdadeiramente impressionante. Foi através da interligação da mesma que aferimos com rigor que energia estava a ser consumida, a que se devia esse consumo, as emissões de CO2 do edifício e qual a contribuição dos ocupantes para estes resultados. O remate óbvio para todo este processo foi o desenvolvimento de estratégias e recomendações, desenvolvidas exclusivamente para o edifício em questão, no que diz respeito à redução de consumo de energia e emissões de CO2.
Enfim, este é um processo de facto bastante moroso mas bastante gratificante, sobretudo para os ocupantes dos edifícios que geralmente acabam por conseguir poupar energia e, como consequência, umas quantas libras por ano (sim, porque geralmente as reduções de emissões de CO2 não são ainda a prioridade, mas sim as reduções de custos…).
Só para finalizar este longo post, gostaria de enfatizar que este processo está a ser largamente implementado no Reino Unido, de tal forma que aos poucos se vai criando uma base de dados com os resultados finais de cada edifício, onde é possível comparar o desempenho dos mesmos.
Que eu saiba, ainda não existe nenhum POE feito a um edifício de terra. No entanto, seria interessante levar a cabo este estudo para edifícios de terra contemporâneos, isto para que se pudesse comparar o seu desempenho com os restantes.
Fica a sugestão…
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