Fotografia aérea de zona do Alentejo perto de Vale Bejinha - google maps
Mesmo a correr, os encontros com algumas personalidades que têm tratado a construção em terra por "tu" no contexto Português, são sempre inspiradores.
Valeu a pena vencer o medo de voar para encontrar o belo Alentejo nem que tenha sido por um curto, aliás curtíssimo, espaço de tempo. Por força das circunstâncias, uma vez que o field work do MSc assim o exige, e também porque me a minha paixão por esta região de Portugal tem aumentado, foi por lá que me deixei perder no último fim de semana.
Cada vez que percorro aquelas estradas reparo nas imensas ruínas deixadas ao abandono, casas que agora habitam uma terra de ninguém. Não posso deixar de lamentar a solidão das paredes de taipa que aos poucos voltam para a terra que há muito as fez nascer. Mesmo sendo este "retornar ao útero materno" um acto dono de alguma poética, muito melhor seria testemunhar estes montes alentejanos a albergar a vida para a qual foram em tempos erguidos.
Uma pessoa bem experienciada nestas coisas da construção em terra e de habitar o Alentejo falava-me, neste solarengo domingo, das vantagens de viver nesta região, na forma como o tempo parece alterar-se e no bem que esse e outros factores acrescentaram à sua vida. Foi também essa pessoa a lembrar-me que "se toda a gente soubesse do bom vinho não existiria bom vinho" (julgo que foi qualquer coisa assim), o que que me levou obviamente a concordorar que não será de facto muito positivo ansiar por uma enchente em direcção à quase intocada zona do Alentejo, no entanto, parece-me imperativo agir no sentido de resgatar o belo e precioso património arquitectónico espalhado por estas bandas.
Hoje fico-me por esta curta reflexão, sonhando com o dia em que eu própria farei também parte desta equipa de resgaste e me deixarei fascinar pela magia da passagem do tempo Alentejano.
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