No fim de semana que passou visitei uma obra, cujo projecto é da autoria do arquitecto José Alegria, onde os BTC foram utilizados para erguer as paredes da maioria dos edifícios que farão parte de um luxuoso complexo hoteleiro algarvio.
Foi na verdade a primeira vez que tive oportunidade de olhar de perto a prensa que produz os tijolos. Confesso que fiquei espantada quando os trabalhadores me revelaram a proeza da produção de cerca de 3000 tijolos num dia, enquanto competiam uns com os outros pelo lugar de equipa capaz de ter mais tijolos prontos. A média dos dias normais é, no entanto, de cerca de 1500 tijolos, um número bastante razoável.
Curioso foi também constatar, através do testemunho dos trabalhadores, que as paredes de BTC demoram mais tempo a erguer, quando comparadas com o tijolo normal. Leva-me a pensar que mesmo que se poupe no material propriamente dito (devido à utilização da terra local), a morosidade acabará por igualar o custo final ao de uma construção mais convencional. Seria interessante fazer uma comparação de custos para ter a certeza, mas é provável que tal aconteça.
Este parente moderno do tijolo de adobe representa mais uma das muitas formas de utilização da terra com enormes potencialidades e possibilidades de utilização no contexto arquitectónico português.
Já agora, deixo aqui um agradecimento especial para o R. P., um conterrâneo dos tempos de juventude que, amavelmente, disponibilizou o seu tempo (e paciência) para me conduzir na visita pela obra.
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