05/01/2009

O crescimento populacional no mundo em desenvolvimento

Não sabia bem quão difícil seria manter um blog (e só lá vão uns quantos posts). Por vezes demasiadas tarefas acabam por roubar tempo umas às outras. O “roof” por cá tem andado a desfrutar do seu espaço silencioso no mundo da informação virtual que ganha cada vez mais adeptos desta temática que me é tão profundamente querida - a "terra".

É um pensamento que hoje me prende os dedos ao teclado: o crescimento desmesurado da população mundial.

Quantas vezes não nos chegou já ao conhecimento que a população mundial aumenta todos os anos de forma quase absurda?

Os números são da Organização das Nações Unidas e dizem-nos que em 2050 vamos ser cerca de 9 mil milhões, ou como se diz por aqui pelo Norte da Europa, 9 biliões…
Meus caros, para surpresa de muitos, é aos países em desenvolvimento que cabe a maior fatia deste “bolo populacional”. Se agora lhes pertence cerca de 81%, as previsões indicam que os números não se vão ficar por aqui e, enquanto nos países desenvolvidos se espera a estagnação ou mesmo diminuição da sua população, os países em desenvolvimento continuam a subir no gráfico da população mundial à medida que os anos passam.
A razão pela qual trago este assunto às páginas do “roof” prende-se com as zonas do mundo de tradição vernácula ligada à arquitectura de terra.

Ora, segundo o Atlas da Arquitectura Vernácula do Mundo, algumas zonas de África, O Médio-Oriente, a Ásia e a América do Sul têm como elemento comum o facto de há muito conhecerem a realidade dos benefícios da terra enquanto material de construção. São inúmeros os casos conhecidos e amplamente usados como exemplos sempre que se aborda o assunto em qualquer livro, revista ou conferência.
Ora, a minha questão é a seguinte: quais serão as consequências não só do crescimento populacional exponencial mas também das rotas migratórias das zonas rurais para as urbanas nestas zonas do globo?

Não querendo generalizar esta situação a todo o mundo em desenvolvimento, difícil é não reflectir também sobre a qualidade de vida desta recente “espécie urbana” que, alterando as suas prioridades, prefere encontrar um emprego na “grande cidade”, mesmo que isso implique viver em condições quase sub-humanas, a ter um abrigo condigno para habitar.
Teremos nós, os profissionais da construção, alguma oportunidade de intervir nesta situação capaz de originar problemas graves a vários níveis?

Fica o mote para futuras reflexões.

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